quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A Bela e a Fera



     

   
    Local: França
    Ano: 1740
    Autor: Gabrielle-Suzanne Barbot de Villeneuve


 Além da ambigüidade na relação entre pai e filha e na rivalidade das irmãs pelo amor paterno, o autor Cocteau dá especial atenção à figura de Fera: na cena do desencantamento descobrimos que um mesmo ator faz dois papéis; num deles, é um adolescente enamorado de Bela que, voltada para o pai, sequer o percebe; noutro, é a Fera. O desencantamento é a reunificação das figuras que sempre foram uma só, estando duplicadas apenas por causa do medo de Bela. Medo magistralmente tratado na cena do espelho, onde se revezam as imagens de Bela, do pai, da Fera e do apaixonado. Na relação sexual subentendida, com que termina o filme onde Bela e Príncipe, enlaçados, as roupas agitadas pelo vento, suavemente elevam-se nos ares...

           A pergunta que não quer calar:

          Por sua vez, a chamada literatura infantil realista, além de privar a criança do acesso ao imaginário maravilhoso, fundamental para sua constituição, procura criar a "criança útil", que compreende o mundo "tal como é", aceita a divisão social dos papéis como divisão sexual correta, faz do trabalho e do sucesso valores centrais. A fantasia é considerada perigosa ou inútil.
          Como se dá a divisão das tarefas, das obrigações e dos direitos entre os sexos na atual sociedade em que vivemos? Em relação a imagem, como a criança absorve o mundo segundo a imposição da mídia pela imagem perfeita?




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