"Longe de ocultar sua mensagem com símbolos, os contadores de histórias do século XVIII, na França, retratavam um mundo de brutalidade nua e crua"
Robert Darnton
Quando se houve falar de contos de fadas, logo pensamos em crianças, histórias sobre princesas, fadas, anões, duendes, gigantes, bruxas, animais falantes, etc. Porém, poucos sabem que tais escondem o passado sombrio de uma realidade miserável e cruel prática na idade Média e Oriente...
A fuga da pobreza e da extrema miséria tornaram-se um sonho recorrente em vários contos conhecidos e outros desconhecidos; o sonho de se ter uma mesa farta era, para muitos, a maior realização. Comer até se encher era o principal prazer que tentava a imaginação dos camponeses. Os contos expressam a realidade dura dos europeus da época. No caso dos franceses, a falta de comida assolou-os desde a Idade Média até o século XVIII. Longos invernos e secas, pragas e a falta de técnicas melhores para aumentar a produção de alimentos, geravam más colheitas e logo se seguia a escassez de alimentos.
Neste cenário, para tentar-se salvar a vida dos filhos, algumas famílias expulsavam os mais velhos de casa para procurassem seguir seu próprio rumo; em outros, deixavam os mais novos nas portas de mosteiros ou até mesmo os davam a famílias ricas que pudessem criá-las, e logo as salvassem. Em casos mais extremos, ocorria o infanticídio. Cerca de 45 por cento dos franceses nascidos no século XVIII morriam antes de completar 10 anos...
É possível que alguns pais acreditem, depois de acompanhar este trabalho, que os contos mencionados sejam sombrios. Isto dependia da região, pois em certos lugares as pessoas preferiam histórias com a temática mais voltada para a comédia, enquanto que em outras, para o medo.
Na França, os contos tendem a ser realistas, grosseiros, libidinosos e cômicos. Na Alemanha, parte-se para o sobrenatural, o exótico e o violento. Este artigo é destinado a todos os pais, no intuito de tomarem cuidado com a educação dos filhos.
